A Experiência de Venda de Maquilhagem de um Farmacêutico
A maquilhagem é um passo essencial na rotina diária, já não se tratando apenas de um mercado feminino, mas sim unissexo, sendo usada com o intuito de esconder algumas imperfeições, como os típicos sinais de fadiga, e ganhar alguma confiança.
Quando pensamos em maquilhagem, existe ainda o senso comum de a associar maioritariamente às questões relacionadas com a moda e beleza. Contudo, para muitas pessoas não se trata de um assunto tão simples, de tal modo que, em farmácia, os cosméticos andam de mão dada com a Saúde, sem sazonalidade associada. É neste contexto que surge a maquilhagem corretiva, a qual foi criada com o intuito de disfarçar imperfeições severas consequentes de doenças, como rosácea, acne, vitiligo, hiperpigmentação, psoríase, queimaduras, cicatrizes ou sequelas de tratamentos oncológicos. É direcionada para peles muito sensíveis e quase sempre agredidas. São vários os tipos de clientes que se dirigem diariamente a uma farmácia à procura de uma solução para os seus problemas e é essencial que nós, farmacêuticos, consigamos fornecer o melhor aconselhamento possível, o qual inclua, não apenas a questão primordial que levou a pessoa até nós, mas também tudo o que possamos ajudar ao nível da prevenção, tratamento e melhoria dos sintomas para que se sinta bem com ela própria.
Passando à exemplificação do tipo de aconselhamento que podemos fornecer, na maquilhagem corretiva recorremos à neutralização de cores para disfarçar os vários tipos de imperfeições em causa. Deste modo, o verde neutraliza a cor vermelha (borbulhas ou lesões devido a tratamentos a laser), o amarelo neutraliza o violeta (varizes, hematomas, olheiras com tonalidade lilás ou marcas de intervenções cirúrgicas), o coral neutraliza o castanho (melasmas, cicatrizes hiperpigmentadas, olheiras acastanhadas ou manchas da idade). Quando estamos perante uma pele sensível, é importante aconselhar produtos hipoalergénicos, com fator de proteção solar superior a 30, e que não sejam difíceis de remover de modo a não agredir ainda mais a pele já sensibilizada. Já no caso de peles propensas à acne, aconselhar maquilhagem não-comedogénica, a qual não obstrui os poros, reforçando ainda a adoção de cuidados preventivos como uma limpeza correta da pele, os produtos de tratamento mais indicados e a proteção diária contra as agressões.
Apesar de toda a envolvente teórica, falar da experiência de venda de maquilhagem de um farmacêutico obriga igualmente a abordar a exigência face ao mundo em rápida evolução em que vivemos atualmente, com o canal digital a começar a dominar o negócio das várias empresas, e o mercado das farmácias não é exceção. Segundo o estudo da Bareme Internet, lançado pela Marktest, mais de metade dos portugueses acede à Internet, dos quais cerca de 34% dos portugueses já comprou pelo menos um produto de beleza online no último ano e 55% efetua as suas compras em sites estrangeiros. Além disso, e apesar de continuar a ser ainda um negócio com a venda focada na relação farmacêutico-cliente, estamos constantemente perante um consumidor muito mais informado e exigente, sendo fulcral o reforço formativo na saúde e beleza. O desafio reside na capacidade das farmácias se conseguirem digitalizar e adotarem preços competitivos, ganhando visibilidade online nos motores de pesquisa, através de uma boa gestão de redes sociais ou da criação de um canal de e-commerce, o qual tem um forte potencial de crescimento, e adotando as metodologias necessárias para conseguir conquistar este público-alvo.