As florestas no coração da mudança

Ninguém sabe como será o futuro, mas parece cada vez mais claro que o que vivemos atualmente representa uma oportunidade única de mudar o paradigma de desenvolvimento global em direção a uma maior Sustentabilidade nos seus três pilares: Económico, Social e Ambiental. Com as florestas em destaque.

Tendemos a tomar as florestas como garantidas, não lhes dando o devido valor e subestimando o quanto são indispensáveis para todos no planeta. Se ficássemos sem elas, é provável que percebêssemos a sua falta, mas esse é um cenário a que, muito provavelmente, a humanidade não sobreviveria.  

“As florestas estão a trabalhar silenciosamente em segundo plano, a limpar secretamente a nossa água, a filtrar o nosso ar e a proteger-nos das alterações climáticas. Elas são anjos da guarda para mais de mil milhões de pessoas, fornecendo alimentos, medicamentos e combustível para aqueles que não conseguem ter acesso a esses recursos noutro lado. Abrigam mais de três quartos da biodiversidade terrestre e são o lar de muitas das pessoas mais pobres do mundo”, diz a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). 

Por outro lado, o Departamento de Assuntos Económicos e Sociais da ONU (DESA) refere que “a gestão florestal sustentável pode desempenhar um papel vital para tirar milhões de pessoas da pobreza e construir economias e sociedades resilientes, que possam resistir a pandemias, mudanças climáticas e outros desafios globais”.

Se existe um setor de atividade que possui uma solução baseada na natureza para enfrentar os principais desafios do futuro do planeta – reduzir as emissões de gases de efeito de estufa, mitigar as alterações climáticas, e promover a bioeconomia e a economia circular – esse setor é a indústria de base florestal.

As florestas de produção bem geridas, instaladas em sistema de mosaico, onde áreas de preservação coexistem com os povoamentos florestais, mantêm e beneficiam os serviços de ecossistemas da área onde se encontram. As árvores produzem oxigénio e retêm dióxido de carbono, e a boa gestão florestal protege o solo, a água e a biodiversidade, numa simbiose entre a economia e o ambiente. 

São também essenciais para a transição de uma economia linear e fóssil – baseada em recursos finitos, hostil para o clima e, por isso, sem futuro – e para uma bioeconomia circular sustentável, favorável para a natureza e neutra para o clima. 

A partir da multifacetada celulose, é possível criar produtos recicláveis e biodegradáveis, que são soluções mais benéficas para o ambiente. As suas inúmeras aplicações vão desde o segmento das embalagens descartáveis, à redução da utilização de fibras sintéticas no setor têxtil, passando pelo desenvolvimento de materiais de construção, de biocombustíveis, de aditivos alimentares, de biocompósitos para a indústria automóvel ou de dispositivos eletrónicos flexíveis. 

A floresta, e a gestão florestal responsável, assumem um protagonismo essencial no desejado modelo de desenvolvimento sustentável baseado numa bioeconomia circular.                                                           

 

“My Planet”, The Navigator Company