Dispositivos Médicos e Inovação em Saúde

O que são os Dispositivos Médicos?

Os dispositivos médicos englobam produtos tão distintos como um simples termómetro a outros muito mais complexos como “stents cardíacos”, próteses ortopédicas ou implantes dentários. Atualmente a sua utilização é cada vez mais frequente para efeitos de diagnóstico, tratamento de doenças, compensação de uma lesão ou de uma deficiência e controlo da concepção.

Os dispositivos médicos enquanto produtos de saúde, apesar de apresentarem finalidades médicas sobreponíveis às dos medicamentos distinguem-se destes, uma vez que, por definição, o principal efeito pretendido no corpo humano deverá ser alcançado por meios físicos e/ou mecânicos e não por meios farmacológicos, imunológicos ou metabólicos. Também o sistema regulamentar dos dispositivos médicos é baseado em princípios distintos dos aplicados aos medicamentos, exigindo competências específicas para a sua interpretação e aplicação.

A inovação no setor

A inovação no setor dos dispositivos médicos e tecnologias tem sido extremamente rápida e elevadas expetativas existem em relação ao futuro.

Contrariamente ao que tem acontecido no setor do medicamento, no qual a aprovação de novas moléculas tem diminuído, os dispositivos médicos e tecnologias assumem-se como atores principais da inovação em saúde, com uma importância crescente na prestação de cuidados individualizados de saúde, na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e na promoção de um envelhecimento ativo da população. Software com finalidade médica, testes de seleção de terapêutica (companion diagnostic), dispositivos que utilizam nanotecnologias, impressão 3D de tecidos, instrumentais que suportam cirurgias minimamente invasivas, entre outros, são exemplos de inovação nesta área.

Em paralelo, será necessário refletir sobre alguns dos aspetos menos positivos relacionados com o progresso dos dispositivos médicos nomeadamente, sustentabilidade dos serviços de saúde, cibersegurança e questões éticas e regulamentares complexas.

Apesar de existirem riscos inerentes à inovação haverá certamente cada vez mais melhorias em saúde pela utilização de dispositivos médicos num contexto de uma medicina cada vez mais personalizada em que o objetivo de “morrer jovem o mais velho possível” seja progressivamente mais tangível para uma maioria da população.