Importância do Farmacêutico no Setor da Saúde nas suas Diversas Áreas

Uma educação de espetro alargado assente nas ciências biológicas, químicas, do medicamento e da vida confere aos recém-mestres o domínio do conhecimento e de competências que lhes possibilita enveredar com grande proficiência e adaptabilidade nas diversas áreas da Saúde e da atividade farmacêutica.

O farmacêutico comunitário é um verdadeiro agente de saúde pública. Garante a cobertura de cuidados de saúde primários, fundamentada na acessibilidade, proximidade e qualidade. Diariamente, contribui para o uso seguro e responsável do medicamento, a gestão e otimização da terapêutica, a deteção precoce de doença e a promoção de estilos de vida saudáveis.

Em Farmácia Hospitalar, o farmacêutico é essencial para garantir o circuito do medicamento, dispositivos médicos e produtos de saúde. Integrado em equipa multidisciplinares, contribui na geração e gestão de informação clínica, científica, técnica e económica, destacando-se o seu papel na avaliação da inovação terapêutica.

A profissão farmacêutica relaciona-se, historicamente, com a área das Análises Laboratoriais. A automatização veio alterar o paradigma existente no setor. Todavia, os analistas clínicos desempenham uma função fundamental para a validação dos resultados, controlo da qualidade e enquanto gestores de inovação na área do diagnóstico e monitorização de patologias. No futuro, será predominante a sua intervenção na prestação de informação clínica junto das equipas de saúde e dos cidadãos, bem como em ações de prevenção da doença e promoção da saúde.

Na Indústria Farmacêutica e nos Assuntos Regulamentares, o contributo do farmacêutico traduz-se na existência de novos medicamentos, dispositivos médicos e produtos de saúde, garantindo a sua segurança, eficácia e qualidade ao longo do seu circuito e ciclo de vida. Ainda que, na sua maioria, não contactem diretamente com o cidadão, é graças aos contributos destes profissionais que em todo o mundo acedemos às terapêuticas e de mais cuidados de saúde.

Poderíamos ainda versar sobre outras áreas como o Ensino e a Distribuição. Sem esquecer as áreas «não convencionais» da profissão. Isto é, âmbitos onde a integração do farmacêutico, pelo seu conhecimento enquanto especialista do medicamento ou seu conhecimento das restantes áreas e do ecossistema da saúde, representa uma mais-valia na execução das suas atividades.

Mais do que evidenciar o óbvio, importa neste momento atentar aos desafios futuros da Saúde, tais como a revolução tecnológica e a transição epidemiológica. E, assim, refletir sobre os caminhos que queremos trilhar para a profissão, que deve dar resposta às necessidades e exigências da sociedade que servimos. Paralelamente, importa criar pontes com outras profissões, mas também dentro das diferentes áreas da nossa profissão. Apenas uma reflexão e ação conjunta nos permitirá transformar o futuro.

Tiago Rodrigues, Secretário-Técnico da SRSRA da Ordem dos Farmacêuticos