Investigação na área Farmacêutica Oportunidades e Desafios

Para iniciar, o que significa “Investigação Farmacêutica”? O que a distingue da “investigação” por si só? Como já seria de esperar, este termo não existe no dicionário da língua portuguesa. No entanto, individualmente, os termos por si só significam:
“Investigação: Indagação ou pesquisa que se faz buscando, examinando e interrogando; Inquirição de testemunhas.
Farmacêutico: Relativo a farmácia; Pessoa que exerce farmácia; Pessoa que é responsável por uma farmácia.”
Conjugando ambas as definições, verifica-se que o conceito fica limitado à tradicional definição de “farmacêutico” constante no dicionário. No entanto, devido ao conhecimento que o farmacêutico tem acerca do medicamento e a crescente vontade de colocar o paciente como foco principal no sistema de saúde, o farmacêutico é um dos elemento-chave nas equipas multidisciplinares de investigação em saúde e está mais que capacitado para se envolver na área da investigação. Atualmente existe uma crescente tendência de procura de “prática baseada na evidência” e de envolver o paciente na sua saúde, o que abre a porta à investigação clínica, onde o farmacêutico tem um papel fulcral para melhorar o cuidado do paciente e uma melhor gestão dos sistemas de saúde, devido à grande proximidade do farmacêutico e do paciente. Além disso, a correta gestão do medicamento gera consideráveis poupanças ao erário público, o que reforça a pertinência do farmacêutico nos grupos de decisão em saúde.
Por outro lado, devido à crescente tendência e pertinência de colaboração de diferentes equipas de investigação, verifica-se que a investigação realizada pelo farmacêutico é muito mais vasta do que a prática farmacêutica. Ou seja, a sua investigação não está limitada ao cuidado do doente nem à prática do serviço farmacêutico, que inclui a correta gestão do medicamento, mas contribui para o desenvolvimento científico em geral. O Farmacêutico é capaz de participar numa enorme variedade de equipas de investigação. Desde as relacionadas com a descoberta, design, desenvolvimento e utilização de um fármaco, até às que trabalham na área da química e biologia ambiental, entre outros, devido à sua vasta formação de base.
Em suma, um farmacêutico que queira exercer a sua função na área de investigação tem nas suas mãos a possibilidade de se encaixar num vasto leque de grupos de investigação, desde os menos explorados e em maior desenvolvimento como a correta gestão do medicamento, aos que se focam nas áreas principalmente relacionadas com a descoberta de novos fármacos, fisiopatologia da doença e ainda, de se focar em áreas de investigação mais fundamental e até ambiental. O Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas abre portas ao exercício de investigação em imensas áreas.

Tiago Caetano