O Atendimento ao Idoso na Farmácia
Para o doente idoso, os farmacêuticos são, por vezes, os profissionais de saúde mais acessíveis. Além da venda de fármacos, o farmacêutico presta informações aos pacientes e cuidadores, monitorizam o uso da medicação, de forma a potenciar a adesão à mesma, e fazem a ponte entre médicos e outros profissionais de saúde.
No paciente idoso com múltiplas patologias, verifica-se uma maior tendência para o consumo de mais medicamentos – polimedicação. Falhas na adesão ao regime terapêutico e erros de administrações também aumentam com a idade, que derivam, em parte, da confusão causada por terapêuticas múltiplas, distúrbios cognitivos, dificuldade visual e destreza manual prejudicada, sendo que a semelhança na embalagem dos medicamentos também pode dificultar a adesão à terapêutica no paciente idoso.
A implementação de estratégias facilitadoras nas farmácias comunitárias é de suma importância para suprir a carência de informação característica da população idosa. Estas estratégias, além de trazerem concomitantemente um farmacêutico diferenciado que necessitará de conhecimentos específicos relativamente ao paciente idoso, também traz necessidade de promulgar os seus conhecimentos para outros profissionais de saúde, sendo, assim, um desafio para todos.
Este profissional de saúde diferenciado, nomeadamente o farmacêutico, terá a capacidade de obter melhores resultados aquando da terapêutica do doente idoso. Nestas circunstâncias, os idosos são ouvidos e as suas opiniões são relevantes e, consequentemente, o farmacêutico humaniza a sua abordagem ao mesmo tempo que se compromete a trabalhar na sua saúde. Assim, o farmacêutico tem a responsabilidade de promover o desenvolvimento do conhecimento e, com isso, melhorar a qualidade de vida e saúde das pessoas envolvidas neste processo. A implementação de atividades que envolvam ações educativas com o idoso, por exemplo, torna-se uma maneira de ampliar o debate acerca destas questões, bem como de favorecer a formação dos profissionais de saúde.
“O utente idoso, pelas características inerentes ao avançar da idade, tem tendência à presença de várias patologias crónicas, que levam a que seja muitas vezes seguido em primeiro lugar pelo médico de família, mas também por outras especialidades médicas. Assim, a vinda à farmácia nesta população acaba por ser mais frequente que em outras faixas etárias, no mínimo uma vez por mês – alguns casos, a solidão e necessidade de apoio levam a que esta frequência aumente. O atendimento nesta faixa etária varia substancialmente de indivíduo para indivíduo, podendo verificar-se vários casos: problemas auditivos, que levam a que o tom de voz tenha que ser ajustado, problemas de locomoção, que requerem um atendimento sentado, ou muitas vezes alguma confusão com o próprio receituário e com a medicação, que requer uma maior atenção por parte do Farmacêutico na explicação das posologias, de forma a evitar erros na toma dos medicamentos.”
Farmacêutica Maria Róis