Maquilhagem: as diferentes perspetivas em torno do Mercado da Cosmética

Se há uns anos atrás a maquilhagem era vista como algo supérfluo, fútil e de utilização meramente profissional por quem fazia da imagem o seu modo de vida (como a moda, a  televisão ou o cinema), com a chegada da Internet, das redes sociais e, em especial, da plataforma de vídeo YouTube, onde diariamente são criadas e partilhadas novas e criativas formas de aplicação dos produtos adaptadas a necessidades reais do dia a dia por pessoas “banais”, a maquilhagem generalizou-se, passando hoje a fazer parte do quotidiano da população comum.

Também é certo que nunca antes como agora a sociedade esteve tão centrada na cultura do indivíduo, na valorização da autoestima, aceitação e desenvolvimento de amor próprio, e também aqui a maquilhagem assume-se como uma verdadeira e fiel aliada. 

Esta “popularização” da maquilhagem permitiu que a própria Indústria da Cosmética se expandisse para lá do setor profissional, criando e desenvolvendo novos produtos cada vez mais pensados para o dia a dia de pessoas comuns, atentos às suas necessidades reais, com uma distribuição comercial bem mais vasta e acessível, com o intuito de apresentar soluções práticas que ajudassem a melhorar a autoestima e a qualidade de vida de todos.

Também no Setor da Saúde a maquilhagem tem assumido um papel cada vez mais preponderante. Em pessoas com doenças de pele como o vitiligo, a rosácea ou a acne, ou outras doenças que, por intermédio dos seus tratamentos, interferem com a qualidade e aspeto visual dos seus doentes, é cada vez mais reconhecido pelos Profissionais de Saúde o papel que a maquilhagem desempenha na autoestima e qualidade de vida destes doentes e o valor que isso pode conferir à própria eficácia dos tratamentos.

Sabemos que a nossa mente controla tudo e que é ela que determina como nos sentimos a cada momento. E também sabemos que uma atitude positiva sobre a vida tem demonstrado resultados fascinantes na cura/tratamento de muitas doenças, o que nem sempre a ciência consegue explicar de forma tradicional. É neste ponto que a maquilhagem pode ajudar, fazendo a sua “magia”! O sentido da visão tem um impacto muito marcante e imediato na nossa mente. Ao “vermo-nos” bem, automaticamente a nossa mente muda e interioriza essa nova “visão” de nós próprios, fazendo-nos sentir igualmente bem. E se nos sentimos bem, então estamos bem. A relação é esta: Ver, para Sentir, para Ser.

Cada vez mais conscientes desta abordagem “global/abrangente” sobre os doentes, os Profissionais de Saúde têm vindo cada vez mais a considerar a maquilhagem como parte integrante e indispensável das suas terapêuticas, e a Indústria da Cosmética a desenvolver cada vez mais produtos de formulações mais específicas capazes de dar respostas adequadas a estas situações.

Longe vai o tempo em que o uso de maquilhagem era vaidade ou futilidade e cabe-nos a nós, farmacêuticos, dar também o nosso melhor contributo naquilo que pode ser fundamental para melhorar a qualidade de vida dos nossos utentes, no local que é, reconhecido por todos, a primeira linha na prestação de cuidados de saúde – a farmácia.

iMed.ULisboa – O enquadramento da Investigação Farmacêutica na Sociedade e no Meio Académico, por Prof. Doutor João Gonçalves

O que é o iMed.ULisboa e quais as funções que desempenha?

O iMed.ULisboa é o Instituto de Investigação do Medicamento. É um instituto que está na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa e que alberga a força de investigação presente na faculdade, ou seja, gera toda a orientação científica e de investigação sobre as diferentes áreas da Faculdade de Farmácia.

Podem ser áreas mais básicas, da descoberta do medicamento, que vão desde a parte da química à bioquímica, toda a biologia fundamental dos alvos terapêuticos ou dos modelos que depois poderão ser utilizados posteriormente na parte do teste de desenvolvimento de alguns medicamentos ou fármacos, mas que potencialmente poderão ser utilizados sempre no desenvolvimento desses medicamentos. Tem uma parte muito orientada para o mecanismo de ação dos medicamentos, perceber, identificar e isolar mecanismos de ação, que depois possam ser utilizados no estudo de diferentes medicamentos. 

Toda esta investigação mais básica depois é um bocadinho orientada para a parte mais translacional, que é não só o desenvolvimento ou a aplicação de todos estes conceitos de investigação mais básica, de modo a desenvolver novas estratégias terapêuticas, novos potenciais medicamentos, a exploração de novos mecanismos de ação para diferentes medicamentos, mas também uma orientação de uma aplicação destas tecnologias no doente. 

Mas também é o contrário, ou seja, partimos do próprio doente e dos problemas que existem no desenvolvimento e monitorização dessa terapêutica – trazemos de volta para o Instituto, de modo a que algumas questões que nos são colocadas da parte mais clínica depois sejam abordadas do ponto de vista mais laboratorial dentro do Instituto de Investigação do Medicamento. 

No fundo, temos uma parte mais básica, a investigação em modelos in vitro que depois tentamos aplicar no doente, mas também uma parte translacional, que é do doente para o laboratório. É aqui nestas duas dimensões que o iMed se está a colocar. Claro que quando nós olhamos mais para uma parte mais de investigação básica e outra parte mais translacional, temos sempre a questão de como é que isto se pode transpor para a sociedade.

Como é que funciona essa transposição da investigação para a sociedade?

É muito importante aqui também que estas relações com o mundo real sejam feitas. Portanto, o Instituto de Investigação do Medicamento também participa e faz investigação na parte da utilização e de como é que aquilo que nós fazemos no laboratório se pode depois transpor para a utilização prática na clínica e na parte mais da profissão do farmacêutico. 

Dentro destas três dimensões – uma parte mais básica, uma parte mais de mecanismos de ação e uma parte mais de identificação de novos potenciais fármacos, a sua transposição para o doente, para a melhoria e prevenção da saúde. São estas três dimensões que são o objetivo do iMed. O iMed está muito relacionado não só com o medicamento, mas também com a promoção da saúde e a prevenção da doença. São estas diferentes abordagens que o iMed faz neste momento.

Como descreve um dia na vida de um investigador no iMed.ULisboa?

Um dia na vida de um investigador… Nós não fazemos descobertas todos os dias, não é? Estas coisas parecem ser muito “românticas”, mas todo o processo de investigação e desenvolvimento demora sempre muito tempo porque há todo o processo de pesquisa muitas vezes não laboratorial – é, muito mais vezes, pesquisa do que é que se está a fazer naquela área ou por onde é que eu posso ir, quais é que são as perguntas e falar com muitas pessoas.

Depois, há a parte mais laboratorial, pré-laboratorial, que o investigador também deve fazer. Se calhar eu, na altura da minha carreira, já não faço muito a parte laboratorial, tenho muitas pessoas no laboratório que fazem essa parte. A minha função é um bocadinho mais pré-laboratorial e perceber estrategicamente por onde é que quero ir. É falar com muita gente, ler e identificar problemas, mas também gerir o próprio laboratório. 

Gerir o laboratório significa gerir muitas pessoas e o que é que elas estão a fazer, de modo a que todas as pessoas que estão no laboratório não se percam, é preciso orientá-las. É muito fácil perdermo-nos na investigação, porque muitas vezes estamos a olhar para sítios que não devemos, ou que certamente não são o mais importante.

Eu estou a tentar orientar, e depois há os que trabalham no laboratório. Trabalhar no laboratório significa, fundamentalmente, ser muito focado, orientado e muito disciplinado porque as pessoas podem ser muito inteligentes, mas se não forem muito orientadas e disciplinadas é muito difícil conseguirmos chegar a algum lado. 

No laboratório, um dia é um dia de trabalho, que começa muitas vezes de manhã em que se faz uma série de coisas em duas ou três horas, depois há tempos de paragem, depois volta-se novamente. Há sempre aqui um trabalho da bancada laboratorial, mas também um trabalho de secretária. A vida de um investigador, ou um dia, é sempre esta relação entre a bancada do laboratório e o computador. Hoje em dia, não vivem um sem o outro.

É esta dupla função que é um dia normal de um investigador. Claro que as coisas ao longo de vários dias vão aumentando de intensidade, quando se começa a fazer uma ou várias experiências, ou se tentam abordar algumas questões. As coisas vão começando devagarinho, muito lentamente, até que vão acelerando à medida que nós já vamos tendo alguns resultados. É esse um dia, ou vários dias, da vida de um investigador.

O que é que a pandemia da COVID-19 alterou no iMed.ULisboa e, consequentemente, nas suas investigações?

A pandemia alterou muita coisa. Alterou muitas das áreas de investigação em que nós estávamos a trabalhar antes da pandemia, houve algumas áreas que pararam. Na altura, e já faz um ano desde que começou esta pandemia, tivemos que parar alguma investigação exatamente para começar outra.

Parámos durante muito tempo esses projetos (por exemplo, no meu caso, muitos deles relacionavam-se com o cancro e a autoimunidade) e orientámos a nossa investigação para um trabalho mais de serviços. Começámos logo em março a desenvolver este projeto, todos estes protocolos e a parte laboratorial do diagnóstico.

Foi uma altura em que ainda tínhamos pouca coisa para fazer o diagnóstico da COVID-19. Nós entrámos rapidamente para pôr o nosso know-how laboratorial ao serviço do diagnóstico da COVID-19. Tudo isso alterou, as pessoas que estavam a trabalhar nesses projetos de que eu falei anteriormente tiveram que se reorientar e fazer coisas relacionadas com a COVID-19.

Muitas das áreas, não só do diagnóstico, como da serologia, da parte imunológica, na monitorização da infeção, agora da monitorização da eficácia da vacina, tudo isto se alterou. Há um ano atrás, nós não tínhamos noção nenhuma de que iríamos, passado um ano, estar tão envolvidos na COVID-19.

Isto significa também que, quando nós fazemos investigação, estamos preparados para entrar rapidamente noutras áreas. Fazer investigação numa área relacionada, neste caso, com a parte da Imunologia e Virologia, podemos adaptar-nos muito rapidamente às diferentes realidades. Foi isso que aconteceu, adaptámo-nos.

Como avalia a adaptação do iMed.ULisboa durante a pandemia da COVID-19?

Este último ano tem sido um exercício para todos nós. Toda a gente tem tido que fazer esse exercício tal e qual como nós fizemos, que foi adaptarmo-nos a uma realidade que não descartámos, não deitámos fora – adaptámo-nos apenas. É uma das formas que o ser humano tem de responder às crises, não é? Adaptar-se.

Acho que fomos capazes de nos adaptar bem e acho que todos nós temos que tirar alguns ensinamentos de tudo isto, que são quanto melhor e mais rápido nos adaptarmos, mais seremos capazes de sobreviver em todas estas crises, e acho que estamos a demonstrar que isso é possível.

Como conheceu a LisbonPH e como é trabalhar com esta Júnior Empresa?

Já conheço a LisbonPH há muitos anos, um bocadinho antes de 2013. Lembro-me de alguns colegas vossos, antes de começarem, terem vindo falar comigo porque queriam fazer uma Júnior Empresa. Sempre tive muito carinho por isso porque já tinha tido a possibilidade de trabalhar com outras Júnior Empresas, por exemplo do Técnico, e sabia a importância que isso tinha não só para a Academia, como para o próprio crescimento dos alunos.

Quanto mais os alunos crescerem num ambiente de inovação, de desenvolvimento e de competição, mais aprendem. Portanto, sempre achei que a LisbonPH era claramente uma excelente iniciativa da capacidade individual de cada um dos estudantes. Não é como a Associação dos Estudantes, que tem outras vertentes e outras missões. A LisbonPH sempre me pareceu uma oportunidade dos estudantes com uma visão mais empreendedora a colocarem rapidamente e desenvolverem ideias.

Como eu sou muito parecido com esse tipo de comportamento, sempre acarinhei e sempre me disponibilizei, dentro das minhas possibilidades de tempo, que por vezes não são muitas, para pelo menos aconselhar numa ou noutra vertente da LisbonPH. É muito gratificante ver que outras faculdades olham para a LisbonPH como o exemplo, eu sei disso. 

Aqui perto temos a Faculdade de Medicina, em que os próprios estudantes de Medicina olham para a LisbonPH como um bom exemplo daquilo que se pode fazer e que eles lá dentro não conseguem. Por tudo isto e pela capacidade, pela inovação e empreendedorismo que a LisbonPH dá aos farmacêuticos, aos estudantes de farmácia e tudo aquilo que representam na profissão, na preparação das pessoas e dos estudantes para o que é o mundo real da profissão, isso é muito reconhecido.

Hoje, principalmente quando falo com pessoas que estão na Indústria, alegra-me muito ver que muita gente da Indústria fala sempre da LisbonPH porque ouve falar sempre nesse empreendedorismo que a Faculdade de Farmácia tem. Acho que sim, claramente a LisbonPH tem sido uma dinamizadora e uma diferenciação dentro de todos os cursos de Farmácia, dentro dos cursos da área de Saúde e do Ensino Universitário.

Que tipo de colaborações tem com a LisbonPH?

Foram várias as colaborações que temos feito ao longo dos anos, desde cursos até concursos para estudantes ou bolsas. Toda a dinamização e o próprio empreendedorismo que a LisbonPH emprega em tudo o que faz é muito importante, para dinamizar muitos cursos, por exemplo. É importante que sejam feitos mas, muitas vezes, falta exatamente a dinamização e o espírito jovem para os colocar em prática.

As colaborações que nós temos tido nestas áreas são claramente muito gratificantes e foram muito importantes. Fundamentalmente, é isso que eu tenho visto ao longo destes anos, as colaborações que nós temos tido valorizam sempre muito mais pela vossa participação. Empregam sempre uma dinâmica e dão sempre uma dinâmica diferente de dinamização das nossas atividades.

Isso é muito importante nos dias de hoje, em que a quantidade de coisas que se fazem é tanta que nós queremos ser o mais inovadores possível na forma em como fazemos isso. Essa dinamização é a palavra certa para as colaborações que temos tido, que é vocês terem esta capacidade de pensar fora da caixa.

Como já disse, foram várias colaborações, desde cursos até à organização das Bolsas da LisbonPH, que são sempre um aspeto muito importante, e de colaboração com o iMed.ULisboa. Vocês foram capazes de identificar problemas e para além de identificá-los, também foram capazes de propor soluções. Isso é muito importante em todas as colaborações que nós temos tido.

Prof. Doutor João Gonçalves

Get to Know the Alumni – André Carvalho

Olá a todos, o meu nome é André Carvalho e tenho, neste momento, quase um quarto de século. Entrei na LisbonPH no agora distante ano de 2017, como membro do Departamento de Marketing. Iniciei um percurso com altos e baixos onde aprendi muito. 

Passado praticamente um ano, surgiu a oportunidade de me candidatar a diretor do departamento. Cresci imenso, nem eu esperava tal coisa e foi com muito orgulho que liderei uma equipa de sete pessoas. Formámos, assim, um departamento unido, rijo e, para não me alongar mais, simplesmente fantástico. 

Já no mundo profissional, senti uma ligeira vantagem, pois já tinha feito parte de um ambiente semelhante. Quando acabei o estágio curricular, fiquei cerca de dois meses em Farmácia Comunitária à procura de algo que me apaixonasse, até que aparece a GSK. Aí, no Departamento de Marketing em Consumer Healthcare, trabalhei com algumas marcas bastante conhecidas como Sensodyne, Vibrocil e Centrum. A empresa em primeiro lugar no ranking de Consumer Healthcare ajudou-me a ganhar experiência neste mundo tão grande da Indústria Farmacêutica. No entanto, senti que faltava algo.

Por isso, em fevereiro deste ano, entrei na Boehringer Ingelheim Portugal onde estou atualmente a trabalhar na área do pulmão no Departamento de Marketing. Ficava aqui o resto do vosso dia a contar como está a ser, mas resumo a uma palavra: incrível. 

Obrigado por estes cinco minutos e qualquer coisa, apitem.

Um toque de cotovelo,

André

Varicela na Criança e no Recém-nascido

A varicela é uma das doenças mais comuns em Pediatria. Pode aparecer em qualquer idade, mas é mais frequente em crianças até aos 10 anos. Muito contagiosa, mas quase sempre sem grande gravidade, implica que todos estejamos atentos para que o diagnóstico, tratamento e isolamento da criança infetada sejam feitos o mais rápido e adequadamente possível.

O que é?

A varicela é uma doença infecciosa, muito contagiosa, causada pelo vírus varicella zoster. É uma das doenças benignas da infância, mais comum no final do inverno e no início da primavera, e em crianças mais pequenas.

Como se transmite?

A transmissão pode ocorrer antes da pessoa infetada ter qualquer sintoma e até todas as borbulhas estarem em crosta. A doença dura habitualmente 5 a 7 dias e o período de incubação 11 a 21 dias.

O vírus pode ser transmitido através do contacto direto com as vesículas da pele ou pelas secreções respiratórias da pessoa doente. Nas grávidas, pode também ser passado através da placenta, levando à infeção do bebé, o que é particularmente grave no primeiro trimestre, altura em que pode originar malformações.

Como se manifesta?

A varicela caracteriza-se pela presença de diferentes tipos de lesões na pele que dão muita comichão, podem atingir qualquer parte do corpo, e cujo número e gravidade variam de criança para criança. As lesões aparecem inicialmente como pequenas manchas/pápulas rosadas, que evoluem rapidamente para vesículas, que acabam por se transformar em crostas. O mais característico é, com a evolução da doença, estes 3 diferentes tipos de lesões estarem presentes ao mesmo tempo e surgirem invariavelmente na cabeça, boca e região genital.

Outros sinais e sintomas incluem o mal-estar, a febre, a falta de apetite, as cefaleias e dores abdominais, que podem surgir antes do aparecimento das lesões.

Como se trata?

O tratamento é sobretudo sintomático:

  •  Manter as unhas curtas e limpas;
  • Utilizar roupas leves e frescas;
  • Banhos de água morna e gel antisséptico (embora referida como mito, a farinha maizena pode ser utilizada com efeito na água do banho), sem esfregar a pele;
  • Enxugar a pele com cuidado e aplicar cremes/loções antipruriginosas;
  • Usar anti-histamínicos para controlar a comichão;
  • Se febre, dar apenas paracetamol – NÃO utilizar ácido acetilsalicílico (ex. aspirina e derivados) ou ibuprofeno, porque se associam a possíveis complicações graves.

O tratamento com fármacos antivirais deve ficar ao critério do médico assistente, fazendo sentido no caso de segundos contactos ou em crianças com imunodeficiências, neoplasias ou doenças crónicas que se possam associar a complicações.

Quais as complicações possíveis?

Os adolescentes, adultos e crianças com a imunidade diminuída têm maior risco de doença grave e complicações. Embora seja uma doença benigna, as mais frequentes são a sobreinfeção das lesões, a pneumonia e a encefalite.

Como prevenir e limitar o contágio?

Para a prevenção é essencial isolar a criança infetada até que as lesões estejam todas em crosta, sendo uma doença de evicção escolar obrigatória. A vacina para a varicela existe mas não faz parte do Programa Nacional de Vacinação, sendo recomendada apenas a grupos de risco, não estando habitualmente indicada em crianças saudáveis.

Dr.ª Inês Marques, Médica Pediatra e autora do blogue omundodapediatria.com

Impacto da COVID-19 na Indústria da Beleza

“Ninguém podia prever que o início de 2020 iria trazer ao mundo tanta angústia e incerteza. Tudo o que era óbvio e adquirido passou a ser incerto. Deixámos de nos poder movimentar livremente e, em prol da saúde de todos, a grande maioria da população ficou confinada às suas casas. Aprendemos a gerir a vida profissional e familiar/pessoal em simultâneo, já que o teletrabalho passou a ser obrigatório. Perante esta realidade, as pessoas acabaram por adotar um estilo mais descontraído, confortável e a maquilhagem deixou de fazer parte do dia a dia de muitas consumidoras que, consequentemente, deixaram de ter necessidade de adquirir estes produtos.

Em março de 2020, o mercado da maquilhagem caiu 43% e embora a Avène-Couvrance caísse menos do que o mercado (36%), em abril passou abruptamente para os -70%.

Ainda que Portugal tenha começado a desconfinar em maio, ficou claro perante estes números que este foi um segmento que não conseguiu recuperar e terminou o ano a cair mais de 40%! A maquilhagem foi, portanto, um mercado que sofreu bastante com a pandemia.

Outro dos fatores que contribuiu para esta queda no consumo de maquilhagem foi a obrigatoriedade do uso de máscara. Este novo acessório, que esconde boa parte do rosto, passou a ser um dos motivos para a pouca procura de maquilhagem. Mas não só! Pelo mesmo motivo, mas também devido ao aumento de acne com a utilização das máscaras, os BB creams e protetores solares com cor passaram a estar excluídos do cesto de compras dos consumidores. Da mesma forma, produtos para lábios, quer de maquilhagem quer de hidratação ou reparação, sofreram quebras de vendas enormes.

Apenas com o olhar a descoberto, alguns consumidores acabaram por preferir realçar o olhar com maquilhagem, dando preferência à compra de produtos como máscaras de pestanas, sombras, eyeliners, etc..

Relativamente à comunicação, os canais digitais aumentaram exponencialmente. Durante todo o confinamento, as atenções voltaram-se para o digital e a necessidade de cativar os consumidores através das redes sociais tornou-se uma das prioridades. Também os workshops digitais com consumidores foi uma das grandes apostas, nomeadamente na área da maquilhagem.

Em suma, enquanto farmacêutica na marca Avène, penso que a pandemia COVID-19 trouxe pontos negativos e positivos. Pontos negativos, claramente a diminuição do sell-out de uma forma global e, em particular, a maquilhagem. Pontos positivos, a capacidade de reinvenção e acompanhamento das tendências nos hábitos de consumo.”

Dr.ª Ana Raquel Santos

Training Manager

Pierre Fabre Dermo-cosmétique

No período de tempo prévio à pandemia da COVID-19, as marcas já se encontravam sob pressão para realizar a revisão da pipeline de inovação dos produtos. Agora, podemos afirmar que a necessidade de acelerar este processo é cada vez maior. A Indústria da Beleza, onde se encontra inserida a área da maquilhagem, foi surpreendida com a crise da COVID-19. Quais serão os efeitos da COVID-19 sobre a Indústria da Beleza nos próximos meses? E quais os efeitos a longo prazo?

Mesmo que o impacto económico da crise da COVID-19 seja muito maior do que qualquer recessão, a Indústria da Beleza pode ser relativamente resiliente. Ao observar a subida nas vendas dos batons durante a recessão de 2001, Leonard Lauder da Indústria Cosmética criou o termo “Lipstick Index” para descrever o fenómeno – o batom é visto como um luxo acessível, logo as vendas continuam fortes mesmo em tempos adversos.

Com base nos cenários mais expectáveis por empresas e tendências atuais, a McKinsey & Company estima que as receitas globais na Indústria da Beleza global possam cair entre 20 a 30%, em 2020. No entanto, analisou a recuperação da mesma através de dois fatores:

  1. Onde e como os produtos de beleza são vendidos – Em muitos locais, as compras em loja representavam até 85% das compras de produtos de beleza antes da crise da COVID-19, com variações por subcategoria. Com o encerramento de lojas, cerca de 30% do mercado da Indústria da Beleza terminou. No entanto, foram reportadas vendas de e-Commerce duas vezes mais altas do que na época pré COVID-19, e pensa-se que o crescimento mais típico será de 20 a 30%. A oferta de descontos online também subiu até 40%, o que atrai sempre o número de clientes.
  2. Que produtos de beleza estão a ser comprados – Devido ao teletrabalho e ao uso de máscara, tornou-se menos relevante usar maquilhagem. Para algumas marcas, houve um declínio de 55% na compra de cosméticos em comparação com o ano anterior. No regresso ao trabalho, o uso de máscara mantém-se e a procura por maquilhagem será ainda mais retardada, à exceção dos produtos que fiquem acima da máscara. Por outro lado, a tendência do-it-yourself (DIY) nos cuidados de beleza é cada vez maior. Muitos consumidores enfrentarão problemas económicos após a crise da COVID-19. Como resultado, o cuidado das unhas DIY tem novos clientes e originou um termo semelhante ao do batom, na crise atual – o “nail-polish effect“.

Alterações resultantes da crise da COVID-19 poderão ser definitivas na Indústria da Beleza. Os consumidores têm tendência a aumentar o seu engagement e os seus gastos online, e por esse motivo, devem priorizar-se canais digitais para captar e converter a atenção de clientes habituais e recentes. Consumidores em todo o mundo continuam a encontrar conforto nos simples prazeres de um “self-care Sunday” ou em aplicar um toque de batom antes de uma reunião no Zoom. Mesmo antes da pandemia, a definição de beleza estava a tornar-se mais global, expansiva e interconectada com a sensação de bem-estar. A crise da COVID-19 não é suscetível a mudar estas tendências – e assim, há sempre razão para ter esperança.

Get to Know the Alumni – Sofia Henriques

LisbonPH – este foi o nome sonante que, entre aulas teóricas, trabalhos laboratoriais e casos clínicos, me fez questionar sobre tudo o que estaria por trás dos característicos e elegantes blazers, acompanhados do cativante mote learning by doing. Não demorei muito tempo a identificar-me com os valores da primeira Júnior Empresa na área da saúde em Portugal e muito menos a desafiar-me a fazer parte do grupo de estudantes capazes de conciliar o saber científico a um contexto prático e empreendedor, pelo que, no meu segundo ano de faculdade, abracei o projeto LisbonPH e, assim, daria início a um percurso extraordinariamente enriquecedor. Integrei o Departamento de Recursos Humanos, onde pude acompanhar e contribuir para um companheirismo, compromisso e excelência ímpares, próprios da LisbonPH. Constituí as equipas mais multidisciplinares, desenvolvi o trabalho em equipa e a capacidade de resiliência, superando as minhas próprias expectativas e, o que de melhor levo, as pessoas e as memórias que criámos. Pautada pela ambição e determinação azuis, um ano mais tarde vim a constituir o Conselho de Administração. A experiência de gerir (todas as) pessoas, de delinear uma estratégia, de otimizar as 24 horas do meu dia e de as partilhar com todos os membros da LisbonPH foi, sem sombra de dúvidas, uma das fases mais gratificantes do meu crescimento pessoal. Tive ainda a oportunidade de integrar uma equipa a nível europeu, enquanto Enlargement Manager da JE Europe, onde pude expandir o conceito de Júnior Empresa a diversos países e pessoas e contactar com as sinergias entre o universo de Júnior Empresários, percepcionando não só a sua dimensão global, como o seu potencial para acrescentar valor à formação académica. Findo o meu percurso na LisbonPH, integrei a equipa da ELS Solutions – uma empresa de consultoria farmacêutica -, que permitiu alargar os meus conhecimentos sobre a Indústria Farmacêutica e desenvolver particular gosto pela área de Assuntos Regulamentares. Após ter terminado o meu Mestrado, em dezembro de 2020, abracei o meu primeiro desafio enquanto farmacêutica, na área que pretendia. Atualmente, sou estagiária de Assuntos Regulamentares na Stada Portugal e onde denoto que a LisbonPH contribuiu para o desenvolvimento de competências diferenciadoras e imprescindíveis.  Confesso que é um verdadeiro desafio conseguir descrever ou transpor em palavras a experiência que é viver e fazer parte da família azulinha que, ainda nos dias de hoje, mora no meu coração, mas posso garantir-vos que, sem ela, não seria a Profissional de Saúde empreendedora, criativa e multidisciplinar que considero ser hoje.

Saúde e Segurança no Trabalho

Perante a atual pandemia de COVID-19, é fundamental estabelecer condições de trabalho seguras e saudáveis para um trabalho digno. Torna-se ainda mais expressivo, uma vez que garantir a segurança e a saúde no trabalho é indispensável na gestão da pandemia e na capacidade de retomar o trabalho. Com o intuito de os empregadores estarem devidamente preparados, devem ter ao seu dispor um plano abrangente de preparação da resposta de emergência no local de trabalho, elaborado para fazer face a situações de crise de saúde e epidemias. Antecipando os desafios, os locais de trabalho podem estar mais bem preparados para desenvolver uma resposta rápida, coordenada e eficaz, adaptando as medidas à situação específica de emergência que a empresa enfrenta.

Será necessário um acompanhamento contínuo das condições de saúde e segurança no trabalho e uma avaliação adequada dos riscos para garantir que as medidas de controlo relacionadas com o risco de contágio são adaptadas aos processos, condições de trabalho e características específicas do trabalho desenvolvido durante o período crítico de contágio, bem como posteriormente, de modo a evitar recidivas.

Os empregadores têm a obrigação de assegurar, na medida do possível, que os locais de trabalho são seguros e não apresentam riscos para a saúde, bem como tomar as medidas de proteção adequadas de forma a não constituírem perigo para a saúde dos trabalhadores. Os empregadores têm o encargo de fornecer, sempre que necessário, vestuário e equipamentos de proteção adequados para prevenir o risco de acidentes ou de efeitos adversos para a saúde. Seria ideal que todos os locais de trabalho tivessem dispositivos adequados de primeiros socorros e que fosse dada a devida formação tanto para todos os empregados, bem como para os empregadores, para saberem como atuar perante qualquer tipo de urgência, emergência e/ou pandemia.

Na perspetiva de Profissional de Saúde, advogo que, nos locais de trabalho, todos os seus utilizadores devam ter acrescido o incentivo a:

Distanciamento Social – implementar medidas para mitigar os riscos, organizar o trabalho de forma a permitir o distanciamento físico entre as pessoas.

Higiene – fornecer desinfetantes à base de álcool, incentivar a lavagem frequente das mãos e reforçar a pertinência de se manter uma etiqueta respiratória adequada.

Limpeza – promover hábitos de limpeza regular das superfícies de mesas e postos de trabalho, maçanetas, telefones, teclados e objetos de trabalho com desinfetante, assim como a desinfeção regular de áreas comuns.

Estabelecer uma norma de resposta de saúde – Estimular os trabalhadores a adotarem comportamentos, atitudes que promovam o bem-estar de todos, especificamente, em caso de doença para não se deslocarem ao local de trabalho e alargar o acesso a licenças remuneradas por motivo de doença.

Os riscos de transmissão são mais elevados para alguns grupos profissionais, em especial para aqueles que estão na primeira linha ou estão em espaços de trabalho com uma elevada concentração de pessoas.

Devido à pandemia, as empresas no futuro, seguramente irão mudar as suas estratégias para garantir a segurança dos seus colaboradores. 

-Enf. Diogo Soler Santos

A comunicação de crise em Saúde Pública: o papel dos meios de comunicação

A pandemia veio trazer à arena das sociedades o dilema sobre o qual os investigadores da comunicação em saúde (CS) se debruçam diariamente: sejam em planos de intervenção para reduzir risco em situação epidémica ou pandémica ou, numa esfera mais caseira, na política de promoção da saúde e prevenção da doença (PSPD).

O século XX deu-nos grandes teorias de CS  que atravessaram de forma corajosa e avassaladora os mundos encriptados das ciências da saúde. A medicina, a psicologia e a enfermagem passaram a ser uma realidade interdisciplinar da CS: a maior e melhor ferramenta da Saúde Pública (SP). Pensarmos que todos têm competências para tal, é o erro n.º 1. O erro n.º 2, e o maior deles, é tomar esta área científica como um arremesso de instrumentalização política ou autopromoção. O que se aprendeu no terreno com a doença por vírus Ébola, nos PALOP (destaco toda a Guiné Bissau) foi  literalmente esquecido com a SARS-CoV-2. É obrigatório conhecer as idiossincrasias vulneráveis regionais deste país, sem acesso à Internet, satélite, televisão por cabo, SMS, jornais ou o que queiram. Os maiores responsáveis pela má comunicação são os agentes políticos que comunicam para se ouvirem. CS é um conceito que visa a PSPD com recurso a um conjunto de ferramentas, como a gestão da comunicação.

É necessário investigar para comunicar: a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a investigação. Quando é evidente o uso de melhores práticas, com base em princípios aceites, a OMS faz uma “declaração de melhor prática”. A força da recomendação – firme ou condicional – é determinada por considerações sobre danos, benefícios, viabilidade, valores, preferências, recursos e equidade envolvidas.

Numa crise em SP, é determinante que se articulem os três pilares descritos no diagrama abaixo na gestão da crise e que se restabeleça a confiança entre as pessoas (stakeholders). Estes pilares ditam recomendações/declarações sobre intervenções que a evidência indica serem as melhores. 

O Pilar A é a recomendação forte! Construir a confiança e engajar as populações afetadas. A transparência deve ser em tempo real e de fácil compreensão. Acabar com incertezas: riscos, situações e intervenções perante casos de morte que se registam numa crise.  Em Portugal, falaram todos e tantos e disseram tudo, menos a verdade. É urgente comunicar com as populações afetadas, criar um link e estabelecer a autoeficácia, com recurso à capacitação de mensagens, sem ruído de publicidade, com divulgação em todas as plataformas, métodos e canais, que atinjam populações-alvo mais vulneráveis. Os meios de comunicação social (MCS) falharam: deveriam ajudar a CONSTRUIR APENAS CONFIANÇA. Fomentaram a iliteracia e o medo. Procuraram players para dar “respostas às suas perguntas”, sem evidência científica. Comunicar o conhecido e o desconhecido no momento certo, ao fim de cada dia. Usar as Rádios para os maiores. E os meios digitais para os jovens: os maiores embaixadores que foram desrespeitados na sua plenitude e excelência. Eles são o futuro e carregam a evolução.

pilar B  integra a comunicação de risco em situação de emergência em SP nos sistemas de resposta. O ruído nas mensagens (repetição)  “maisdomesmo.pt”, quando as pessoas apenas devem recolher-se e manter os cuidados de higiene recomendados. Governança e liderança exigem-se mas atropelaram-se e os meios veicularam essa descomunicação.

pilar C deve encaminhar-nos para um manual de emergência, simples para as populações-alvo, com planeamento estratégico implicando: avaliação de necessidades, definição de objetivos, implementação de intervenções específicas e  respetiva monitorização/avaliação, mobilização e sensibilização da PA e influenciar comportamentos antes, durante e depois da emergência de SP. Os MCS, perante um fracasso nas mensagens, devem reposicionar-se para crises futuras , sem aviso prévio. Porque essa é a única certeza da crise: a  imprevisibilidade. 


Isabel Santiago
Professora Convidada e Investigadora em Comunicação em Saúde
Instituto de Medicina Preventiva e Saúde Pública
Faculdade de Medicina da UL

Get to Know the Alumni- Catarina Mourão

É extraordinário olhar para uma oportunidade e pensar “esta vai ser A experiência”. Devo partilhar, de antemão, que não era o que sentia em relação à LisbonPH. Eu não fazia ideia do que me esperava.

Intrigada pelo grupo de jovens que andava pelos corredores da Faculdade de blazer, foi no terceiro ano do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas que me candidatei à LisbonPH. Entrei no Departamento de Projetos, um dos departamentos que é privilegiado com uma visão alargada da Júnior Empresa, contemplando, ao mesmo tempo, uma componente operacional muito forte. A gestão de projetos de diversas tipologias e de equipas jovens com opiniões fortes em contrarrelógio rapidamente passou de uma novidade a uma prática comum.

Atingindo o ponto em que era cada vez mais sistemática a execução do trabalho como Project Manager e eram otimizados de dia para dia os métodos de trabalho, surgiu a situação com que todos os Júnior Empresários acabam por se confrontar – a vontade insaciável de querer fazer mais, melhor e acrescentar valor. Foi por isso que, no quarto ano do curso, me candidatei ao cargo de Secretária-Geral da LisbonPH. Este, com uma dimensão já muito mais estratégica, beneficia ainda de uma componente de sistematização e organização, inerente a qualquer Project Manager. Foi como um abrir de horizontes. A coordenação do Conselho de Administração, a gestão de stakeholders e as decisões estratégicas eram só uma parte do que significava assegurar o funcionamento da única Júnior Empresa portuguesa na área da Saúde. Foi aqui que, por terminar o curso, também terminei o meu percurso na LisbonPH.

De momento, ocupo o cargo de Public Affairs & Advocacy Trainee na Sanofi. Porque acredito que somos a transformação que queremos ver no mundo e tento, à minha maneira, fazê-lo também. Com esta oportunidade, tenho tido a possibilidade de explorar o que considero ser uma das vertentes mais humanas da Indústria Farmacêutica, tendo a possibilidade de ver, através de Associações de Doentes, o impacto que a terapêutica tem na vida do doente.

Para quem não tinha expectativas relativamente ao que seria esta experiência, quem diria que chegaria ao dia de hoje sem encontrar palavras que fizessem jus ao que é ser parte da LisbonPH? A questão é que fazer parte da LisbonPH é muito mais do que fazer parte de um grupo de estudantes. É testemunhar a capacitação e potenciação de talento jovem, é correr por uma rampa de lançamento para o futuro com a mentalidade de “eu posso não saber agora, mas perguntem-me novamente amanhã e eu já saberei”. Porque nós somos Júnior Empresários, nós aprendemos ao fazer.

COVID-19: the variants, the contagious phases and the vaccination

SARS-CoV-2, the virus that causes COVID-19, has had a major impact on human health globally. As of April of 2021, it has infected hundreds of millions, caused severe cases of disease and, in somes instances, inflicted long-term health sequelae, resulting in death and excess mortality, especially among older and vulnerable populations. Professor Philippe Colson, Associate Professor of Pharmaceutical Sciences and Microbiology and researcher in the IHU Méditerranée Infection, answered some of the most frequent questions.

What is a variant? With all these variants, can we talk about different epidemics?

Variants are viral strains in which major or minor mutations happened. The SARS-CoV-2 virus can take several different forms and, as of today, more than 15 variants of the initial strains have been described. What we observe is that immunity against one variant is not necessarily transposable to all the others.

The perfect example for this is Manaus city, in Brazil. In 2020, more than 75% of the population had been immunized against one form of the SARS-CoV-2, but, by the beginning of 2021, a new “Brazilian” variant appeared. The number of cases increased considerably again as if that 75% immunization had never existed.

Therefore, we could say that each new variant is responsible for an epidemic and that there is not one, but multiple COVID-19 epidemics worldwide.

How long after we have been infected with the virus do we become contagious?

The period between infection and symptoms, also known as the incubation period, is thought to be 2 to 14 days. However, people usually experience symptoms 4 to 5 days after exposure to the virus. It is thought that people may be contagious up to 48 hours before experiencing any symptoms.

Are asymptomatic patients less contagious?

There is still ongoing research on this key question and researchers still have not reached a consensus. Approximately 20% of the infected people will be asymptomatic, but what is their role in viral spreading? Well, there are 2 hypotheses (mechanical and biological) to consider:

  • Patients without symptoms will be less likely to spread their secretions through sneezing, coughing and, therefore, mechanically there is less chance of transmitting the virus;
  • Also, experiencing no symptoms could be a result of having a smaller viral load (as shown in Cevik et al. meta-analysis) and, thus, being less likely to infect other people.

Although they are less likely to transmit the virus, since they feel physically good, if they keep on going out and meeting with people instead of self-isolating, their “transmission-rate” will be as high as other symptomatic patients. Thus, the take-home message is that these people should not think that they are free of social distancing and wearing masks, just because they do not experience any symptoms.

Will children be able to get vaccinated? And pregnant women? Is that in our best interest in order to fight the pandemic?

Pfizer/BioNTech launched a trial for children for their mRNA vaccine Comirnaty. However, Los Angeles, in the USA, enabled vaccination for anyone over 16 years old.

I think that pregnant women represent a minor proportion of our population and them not being vaccinated will not affect the goals of the vaccination strategy, which is to protect the elderly and those at risk of being severely affected by the virus. Plus, women over 6 months pregnant usually rest at home, making them weak transmitters of the disease. Also, there is a consensus among researchers regarding the benefit-risk ratio, which is not favorable in the vaccination of pregnant women.

How long will the vaccines last?

This is impossible to know from clinical trials and other studies. Our best ally in answering this question is real-life data.

One of the first countries where vaccination started was Israel, so maybe what happens there will be a great source of information regarding how long the vaccines will last.

Can I relax on social restrictions if I am vaccinated?

No, certainly not or at least not for now. The vaccines have a high efficiency rate, but it is not 100%. Also, we must not forget that being vaccinated does not mean others are too, since vaccinating a whole country can be a lengthy process. Vaccines will certainly help reducing daily infections and death induced by COVID-19, but it must not be seen as a sufficient measure.

Philippe Colson

Associate Professor of Pharmaceutical Sciences and Microbiology

Researcher in the IHU Méditerranée Infection