Júnior Empresa Mais Socialmente Responsável

Fundada a 23 de dezembro de 2013, a LisbonPH – Júnior Empresa da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, foi criada sob uma visão muito clara: juntar uma equipa de jovens estudantes dinâmicos e com grande vontade de crescer e  contribuir para a formação do Profissional de Saúde do futuro. Simultaneamente, a LisbonPH mantém uma ação Socialmente Responsável, medindo o impacto de cada atividade e promovendo práticas de gestão sustentáveis alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas, de forma a continuarmos a assegurar a nossa rentabilidade económica, reduzindo o impacto ambiental e maximizando o impacto social causado.

A LisbonPH venceu novamente, pelo quarto ano consecutivo, o Prémio de Júnior Empresa mais Socialmente Responsável do país, atribuído pela Junior Enterprises Portugal (Federação Nacional de Júnior Empresas). Este distingue a Júnior Empresa que, através de projetos e programas envolvendo as competências dos seus membros e o conhecimento existente na Júnior Empresa, tenha tido um elevado e reconhecido impacto social, abrangendo a organização como um todo em práticas socialmente responsáveis, seja materializado no seu core business, ou noutras atividades inseridas no seu funcionamento.

A Responsabilidade Social, enquanto valor da LisbonPH, está profundamente enraizada na nossa estrutura organizacional, que procuramos desenvolver através do nosso projeto PH+, onde conseguimos impactar 14 dos 17 ODS por meio dos nossos três pilares de atuação: Educação para a Saúde, Causas Solidárias e Responsabilidade Ambiental. Descrevemos 2020 como tendo sido a prova máxima da resiliência e capacidade de superação da LisbonPH, desenvolvendo mais de 70 projetos e iniciativas relacionados com Responsabilidade Social e apoiando 10 causas solidárias. 

Acreditamos profundamente no impacto que criamos e, guiados pelos 7 valores da LisbonPH, sob uma visão e missão comum, continuaremos a desafiarmo-nos dia após dia a levar esta causa, tão nobre e maior do que cada um de nós, a grandes conquistas. São os projetos certos, movidos pelas pessoas certas e com as intenções certas que fazem a diferença no mundo. E, movidos pelos nossos valores, acreditamos que somos a transformação que queremos ver no mundo.

Tiago Jorge Dias e Ana Fernandes,

Presidência da LisbonPH

Importância do Farmacêutico no Setor da Saúde nas suas Diversas Áreas

Uma educação de espetro alargado assente nas ciências biológicas, químicas, do medicamento e da vida confere aos recém-mestres o domínio do conhecimento e de competências que lhes possibilita enveredar com grande proficiência e adaptabilidade nas diversas áreas da Saúde e da atividade farmacêutica.

O farmacêutico comunitário é um verdadeiro agente de saúde pública. Garante a cobertura de cuidados de saúde primários, fundamentada na acessibilidade, proximidade e qualidade. Diariamente, contribui para o uso seguro e responsável do medicamento, a gestão e otimização da terapêutica, a deteção precoce de doença e a promoção de estilos de vida saudáveis.

Em Farmácia Hospitalar, o farmacêutico é essencial para garantir o circuito do medicamento, dispositivos médicos e produtos de saúde. Integrado em equipa multidisciplinares, contribui na geração e gestão de informação clínica, científica, técnica e económica, destacando-se o seu papel na avaliação da inovação terapêutica.

A profissão farmacêutica relaciona-se, historicamente, com a área das Análises Laboratoriais. A automatização veio alterar o paradigma existente no setor. Todavia, os analistas clínicos desempenham uma função fundamental para a validação dos resultados, controlo da qualidade e enquanto gestores de inovação na área do diagnóstico e monitorização de patologias. No futuro, será predominante a sua intervenção na prestação de informação clínica junto das equipas de saúde e dos cidadãos, bem como em ações de prevenção da doença e promoção da saúde.

Na Indústria Farmacêutica e nos Assuntos Regulamentares, o contributo do farmacêutico traduz-se na existência de novos medicamentos, dispositivos médicos e produtos de saúde, garantindo a sua segurança, eficácia e qualidade ao longo do seu circuito e ciclo de vida. Ainda que, na sua maioria, não contactem diretamente com o cidadão, é graças aos contributos destes profissionais que em todo o mundo acedemos às terapêuticas e de mais cuidados de saúde.

Poderíamos ainda versar sobre outras áreas como o Ensino e a Distribuição. Sem esquecer as áreas «não convencionais» da profissão. Isto é, âmbitos onde a integração do farmacêutico, pelo seu conhecimento enquanto especialista do medicamento ou seu conhecimento das restantes áreas e do ecossistema da saúde, representa uma mais-valia na execução das suas atividades.

Mais do que evidenciar o óbvio, importa neste momento atentar aos desafios futuros da Saúde, tais como a revolução tecnológica e a transição epidemiológica. E, assim, refletir sobre os caminhos que queremos trilhar para a profissão, que deve dar resposta às necessidades e exigências da sociedade que servimos. Paralelamente, importa criar pontes com outras profissões, mas também dentro das diferentes áreas da nossa profissão. Apenas uma reflexão e ação conjunta nos permitirá transformar o futuro.

Tiago Rodrigues, Secretário-Técnico da SRSRA da Ordem dos Farmacêuticos

Get to Know the Alumni – Francisca Mourinha

Como é possível descrever em tão poucas palavras a experiência mais enriquecedora e desafiante que tive? Começou há pouco mais de 5 anos, quando entrei na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, sem noção do caminho profissional que queria vir a seguir. Não tardou a ouvir falar na LisbonPH e, como verdadeira curiosa que sou, ficou sempre a vontade de integrar uma equipa tão proativa. Tinha como objetivo o meu desenvolvimento pessoal e, se fosse possível, ficar com uma ideia mais definida do que queria vir a fazer no futuro.

Fiz parte da estrutura da LisbonPH por cerca de 2 anos e meio. Ao meu currículo, pude acrescentar a experiência como Membro e Diretora do Departamento de Multimédia e uma breve passagem pela JADE Portugal, agora designada JE Portugal, como Vice-Presidente da Mesa da Assembleia Geral.

O que retirei da LisbonPH? Tanto. Destaco muitas soft e hard skills, porque a aposta na formação constante dos membros é uma das prioridades da nossa Júnior Empresa. Também aprendi a descobrir por mim mesma, para ir sempre um pouco mais além, porque nada melhor que o “learning-by-doing” que tanto nos define, e ensinei. Destaco a experiência como Diretora, e parte integrante do Conselho de Administração, como a parte mais desafiante do meu percurso mas, ainda assim, onde realmente sinto que evoluí, tanto pessoal como profissionalmente. Discutimos estratégias para o futuro da nossa Júnior Empresa, sempre com foco em garantir serviços de excelência mas, acima de tudo, a melhor experiência para os nossos membros. Olhando para trás, é mesmo gratificante recordar estes tempos e guardo não só conhecimento, como também grandes amizades.

Relativamente ao meu percurso profissional, ainda estou no início. Enquanto estudava, tive a oportunidade de trabalhar na ELS Solutions, uma empresa de consultoria na área da Saúde, como Marketing Associate. Desde dezembro de 2020, sou Mestre em Ciências Farmacêuticas e foi nesse mesmo mês que abracei o tão desejado novo desafio. Neste momento, trabalho na Janssen Portugal como Pharmacovigilance Trainee.

Para terminar, deixo apenas os seguintes conselhos, principalmente como pessoa que passou muito recentemente por um processo de recrutamento. A aprendizagem é um processo constante e a vontade de estar disposto a aprender é muito valorizada. Nunca pondo totalmente de parte a vertente científica do curso de Ciências Farmacêuticas, que é importante, o que nos define e destaca, no meio de centenas de candidatos que têm o mesmo objetivo e background que nós, é o que podemos oferecer de diferente. Pode demorar até chegarmos ao lugar onde realmente queremos trabalhar para sempre, e até pode nem chegar essa oportunidade, mas o mais importante é desafiarmo-nos todos os dias e tirar o máximo de proveito de cada oportunidade que nos surja.

Como eterna alumna com o “coração azul”, vou continuar sempre a apoiar a LisbonPH e a aplaudir, com o maior orgulho, todos os feitos da nossa Júnior Empresa. Se fosse possível voltar atrás, faria tudo de novo. Por isso, deixo um grande incentivo a quem tem a oportunidade de fazer parte desta equipa, para aproveitarem ao máximo esta experiência única e, para quem ainda tem dúvidas, arriscar.

Sempre ao dispor,

Francisca Mourinha

From a college student to a successful employee

The famous Chinese philosopher Confucius once said, “Choose a job you love, and you will never have to work a day in your life.”. So, how do you find a job that you will love? When you find that job, how can you write a good application and perform well at an interview, should you be invited? 

The first module of the new “Business Skills” course, developed by myself together with LisbonPH, is about landing your dream job. I have been looking at job applications and conducting interviews for 20 years and it still surprises me how badly prepared many graduates are. In this module, you will learn about how organisations review CVs/resumés and application letters, as well as how they conduct interviews. By understanding what they are looking for, you will be able to tailor your application to improve your chances of success.

After I left University 30 years ago, it took me many years to understand how organisations operate and develop the skills needed for working with others in a professional setting. I believe that, had I possessed some more business knowledge when I left University, my transition into the professional environment would have been much easier. 

Most corporate organisations organise their work along similar lines and the second module of the course will teach you how work is cascaded from a vision and mission through strategies and goals before becoming individual objectives that you will perform in your daily work. All organisations are made up of people, sometimes just a few in a small organisation up to hundreds of thousands in a large international corporate organisation. In order for an organisation to thrive, teamwork and communication are key and individuals who possess these skills invariably do better than those who don’t.  

Module 3 will teach you these skills so that you can be recognised from day 1 as being a valuable team member who makes a difference to the business. 

Finally, in module 4 you will learn about how to manage your time and workload for a healthy work-life balance. Whilst work will play an important role in your future, it should not be the only part of your life and you will need to actively prioritise your daily work and communicate effectively with your manager and your stakeholders to ensure you make an effective contribution without compromising your mental and physical health.

Technology and innovation is moving at a faster pace now than ever before and those individuals who have the academic and emotional intelligence to navigate through the rapidly changing business environment will have opportunities that their predecessors couldn’t even imagine. As a result, it is so important that you are well-prepared as you make the transition from academia into your future professional life so that you can harness the enormous potential for yourself and the global community.

Pharma Marketing 2021 – Agilidade precisa-se!

Desafios em tempos de pandemia

Em julho de 2020, partilhei a minha opinião sobre aquelas que eram, à data, as prioridades para os profissionais de marketing farmacêutico. Passados sete meses, continuo a acreditar que os pilares de sucesso para as marcas desta indústria assentam numa abordagem holística que seja verdadeiramente customer-centric, de onde nascem as linhas orientadoras para uma estratégia de marketing de conteúdos estruturada, com sustento em formas de trabalhar que sejam ágeis e permitam responder à velocidade da variação das necessidades dos clientes e outros players.

Um sinal claro dos tempos correntes é o aumento dos níveis de investimento em projetos de índole digital, a par dos efetuados por outras empresas do grande consumo, por parte de uma indústria altamente regulada (com variações regionais importantes) e tradicionalmente conservadora nas suas abordagens ao cliente. De facto, parafraseando Ian Hale, Vice President of Commercial Content na multinacional Veeva, “uma abordagem omnichannel será um fator crítico”, enquadrada nas necessidades reais dos médicos, enfermeiros, farmacêuticos e outros stakeholders, e alavancada pelos novos canais de comunicação, potenciados pela crise pandémica em que vivemos.

Para uma indústria que se tem a si mesma como altamente relacional, a alteração do modelo de interação, dito tradicional, para aquele que atualmente vigora, foi ceticamente encarado como uma barreira importante à capacidade de criar ligações com os clientes. Curiosamente, os dados já recolhidos apontam para um resultado que poderá ser inesperado para muitos, mas que é fruto de uma abordagem alinhada com a descrita anteriormente. As alterações ocorridas parecem estar a conduzir para um fortalecimento do relacionamento dos Profissionais de Saúde com a Indústria, nomeadamente ao nível dos delegados de informação médica (DIMs). Aqueles que mais cedo procuraram responder às necessidades individuais de cada Profissional de Saúde, através dos seus canais preferenciais, foram premiados com maior disponibilidade e relações mais sólidas, uma prova de conceito à importância da abordagem customer-centric aliada a uma execução omnichannel.

É neste contexto que a agilidade ganha uma dimensão fundamental na forma de funcionamento da Indústria Farmacêutica. Num contexto altamente volátil, em que as necessidades de hoje não são necessariamente as de amanhã, uma abordagem de execução por “ciclos” deixa de fazer sentido. Para enfrentar a mudança constante, é necessário que exista um plano dinâmico, alimentado por feedback que é continuamente recolhido das execuções prévias, numa perspetiva de data-driven test & learn exponencial.

Fazendo uso de uma metáfora de relojoaria Suíça, esta agilidade é a roda dentada que dará o movimento aos ponteiros da customer centricity e do omnichannel. Sem um mecanismo de feedback veloz, não será possível identificar atempadamente aquelas que são as necessidades dos clientes, o que impactará a gestão de conteúdos e canais, com consequências diretas na efetividade das iniciativas implementadas e na capacidade de alcançar os objetivos propostos.

A metáfora anterior conclui-se de forma intuitiva: nunca a pontualidade foi tão importante mas, sem agilidade, vamos andar sempre atrasados!

Nota: Este artigo reflete em exclusivo a opinião do autor.

Next Steps do Júnior Empresário – A Chegada ao Mercado Sénior

Falemos com as centenas de Júnior Empresários que já ingressaram no mercado de trabalho e penso que todos já terão recebido a mesma reação à análise do seu currículo: “Mas o que é isto aqui de Júnior Empresa?”. Existe quem opte pela típica resposta – “uma Júnior Empresa é uma organização sem fins lucrativos, formada e gerida exclusivamente por estudantes universitários, que providencia serviços a empresas, instituições ou clientes individuais” e existe quem goste de simplificar “basicamente, é um grupo de estudantes com muita energia, muitas ideias e para quem o inalcançável é mesmo o desafio certo”.

       Como recém-mestre, recém-alumna da LisbonPH e recém-chegada ao mercado de trabalho, tenho o prazer de anunciar que começo a pertencer a uma nova geração – a geração de quem já não é alvo desta questão porque, caros amigos empreendedores, estamos não a andar, mas a cavalgar na direção certa e a questão mudou de “Mas o que é isto aqui de Júnior Empresa?” para “Conta-me mais sobre a tua experiência na tua Júnior Empresa”.

       Anualmente, os mais de 800 Júnior Empresários portugueses, distribuídos pelas suas 18 Júnior Empresas e com as suas centenas de projetos, atestam à seriedade, empenho, bravura e qualidade que tornaram o Movimento Júnior Português e a designação de Júnior Empresa experiências, não só reconhecidas pelos empregadores, mas procuradas, valorizadas e sinónimas de talento a capturar.

       Mas não é só a fama das Júnior Empresas e do seu trabalho que é reconhecida. O World Economic Forum identificou algumas das skills mais valorizadas pelos empregadores para 2021. Desta lista, podemos destacar: capacidade de autogestão, resiliência, flexibilidade, autodidatismo, gestão de stress, criatividade, pensamento crítico e capacidade de resolução de problemas. As semelhanças com a descrição de qualquer Júnior Empresário sobre o seu percurso na sua Júnior Empresa e as valências que isso lhe trouxe não são mera coincidência. É assim que nos vemos e é assim que somos vistos lá fora.

       As conversas sobre a atual agressividade do mercado de trabalho, os desafios e expectativas que nos são colocados logo à entrada e a necessidade de termos algo que nos destaque são uma constante com que nos debatemos diariamente. Quando digo “nós”, quero dizer “os outros” porque nós, Júnior Empresários, decidimos há muito que melhor que debater o problema é ultrapassá-lo com as mangas arregaçadas – uma experiência única para uma aprendizagem inquantificável.

       2020 foi um ano, mais do que atípico, difícil para todos nós. O tema “saúde” tomou de assalto uma posição de destaque em todas as discussões e as falhas, necessidades e futuro desta área foram esmiuçadas até ao seu core. Conclusões e soluções mágicas? Nunca há, mas uma coisa é certa – o futuro depende da inovação e a inovação depende de nós. Nós, os jovens proativos, resilientes e cheios de vontade para trazer para o mercado as ferramentas certas que estão por detrás da verdadeira evolução.

A LisbonPH pode ser um pequeno passo, mas é o passo certo com a intenção certa. É um conjunto de pessoas que se estão a comprometer, desde cedo, com um projeto maior e mais significativo do que cada um que com ele colabora, com um espírito desprovido de segundas intenções ou interesse próprio e com uma vontade desmedida de contribuir com projetos significativos e de verdadeiro impacto.

É este o segredo que as empresas procuram, este espírito que não se ensina, mas que se cultiva, que se cuida e que está presente em todas as pessoas que realmente fazem a diferença em qualquer companhia.

A visão das empresas sobre nós e sobre o nosso trabalho? – Somos o melhor talento jovem que o mercado tem para oferecer.

-Alice Ramos

Get to Know the Alumni – João Pinto

O meu nome é João Pedro Pinto e fiz parte dos primeiros membros a integrar a nossa LisbonPH na altura da sua formação, em 2013. Prometeram-me um projeto que iria estimular o empreendedorismo e a multidisciplinariedade na FFUL, e saí da única Júnior Empresa na área da Saúde que, nos anos em que tive o prazer de fazer parte e nos seguintes, ultrapassaria todas as linhas que a definiram no início.

Iniciei a minha jornada na LisbonPH como membro do Departamento de Education and Training, o protótipo do atual Departamento de Recursos Humanos. Estipulado o seu nome e as suas funções, fui membro e, mais tarde, Diretor do Departamento de Recursos Humanos, no qual teria a meu cargo o planeamento do Recrutamento de novos membros, o Plano de Formações e a criação de projetos internos que teriam como objetivo central o desenvolvimento dos membros da LisbonPH.

Foram 2 anos que me deram uma visão completamente diferente da vertente humana da gestão de uma empresa e que, atualmente, sei que me ajudaram a um nível gigantesco na preparação e mentalização nos processos de recrutamento em que me vi envolvido.

Atualmente, desempenho funções como Gestor de Associados na Associação Nacional das Farmácias, onde me responsabilizaram com o acompanhamento associativo de uma carteira de 200 Farmácias distribuídas a nível nacional. Sem a minha experiência na LisbonPH na vertente de Recursos Humanos, a adaptação à panóplia de diferentes personalidades, necessidades e exigências de cada cliente seria um processo moroso e, certamente, gastaria mais recursos mentais para atingir esse objetivo.

Encorajo qualquer pessoa, profissional ou aluno que esteja interessado nas potencialidades do Júnior Empreendedorismo, a usar a LisbonPH como um grande exemplo na concretização e exponenciação dos objetivos que alguns alunos da FFUL traçaram algures em 2013!

Importância da Intervenção do Farmacêutico na Área da Oftalmologia

O olho é um órgão tão delicado e sensível quanto complexo, mas fundamental para que possamos ver tudo o que nos rodeia. Podemos, através do mesmo, captar uma imagem e transmitir essa informação por impulsos nervosos até ao cérebro, onde processamos a informação recolhida. Distinguimos, assim, cores e objetos próximos ou distantes de uma forma minuciosa, mesmo quando existe menos luz no meio envolvente. Toda esta riqueza e complexidade do sistema ocular reforçam a importância de uma boa saúde ocular, preservando um bem tão precioso como a visão. O cuidado diário dos olhos é essencial, uma vez que os olhos estão sujeitos a vários tipos de agressões externas, como o uso excessivo de dispositivos como o telemóvel, o computador ou a televisão, a poluição ambiental, ambientes com ar condicionado ou com pouca humidade, o vento, a radiação solar, etc. Qualquer falha na integridade das estruturas anatómicas que compõem o olho pode pôr em causa a sua correta função e, em casos mais graves, provocar lesões que podem ser irreversíveis ou até a perda de visão. Por tudo isto, é muito importante que, na existência de algum transtorno oftalmológico, o utente procure um aconselhamento profissional. A farmácia, pela proximidade e facilidade de acesso que apresenta na comunidade é, muitas vezes, o local dessa procura. 

Para além de um vasto conhecimento sobre os vários fármacos de interesse oftalmológico, o farmacêutico também está capacitado para reconhecer as principais patologias oculares, através dos sinais e sintomas reportados pelo utente, auxiliado pelo exame físico na observação do olho afetado. O farmacêutico pode, por exemplo, distinguir uma conjuntivite bacteriana da vírica ou da alérgica, ou um terçolho de uma blefarite. Assim, o farmacêutico possui um grande valor no aconselhamento específico em vários transtornos oftalmológicos, mas também, não menos importante, no reencaminhamento médico em situações mais graves, em que se verifique a presença de sinais ou sintomas de alarme, como por exemplo a presença de dor ocular, visão turva e/ou secreções anormais. Este reencaminhamento médico também pode ocorrer no caso de existir ineficácia no tratamento já instituído. 

Outro aspeto relevante da intervenção farmacêutica é o aconselhamento de medidas não farmacológicas que, muitas vezes, são suficientes para reduzir ou eliminar a sintomatologia referida pelo utente. Explicar como pode realizar uma correta limpeza dos olhos e das pálpebras, recomendar a utilização de óculos de sol para redução da fotofobia e prevenir o contacto com alguns alergénios, aplicar compressas frias para redução do prurido e da irritação ocular ou até medidas mais simples, como remover as lentes de contacto e/ou maquilhagem, são exemplos de medidas não farmacológicas que podem ajudar o utente de forma imediata. 

Adicionalmente, o farmacêutico pode ainda aconselhar sobre os diferentes suplementos alimentares que promovem uma visão mais saudável, reconhecendo a importância dos seus diferentes constituintes.

Em suma, o papel do farmacêutico é de extrema importância, tanto no diagnóstico e tratamento de transtornos menores oftalmológicos, como no encaminhamento médico nas situações mais graves, demonstrando sempre o conhecimento e a confiança que lhe é tão característica. 

Dra. Maria Sofia Rocha

Get to Know the Alumni – Inês Grazina

“Pantone 7691 C” – uma combinação de letras e números que, se há uns anos nada me dizia, hoje ainda me deixa de sorriso estampado na cara por ser representativa daquela que é a Júnior Empresa da FFUL.

No meu terceiro ano da faculdade, fazendo frente à questão “vais ficar de braços cruzados?”, a qual comandava o recrutamento da LisbonPH nessa altura, pus mãos à obra e submeti a candidatura a membro do Subdepartamento de Design. A partir desse fatídico momento, embarquei numa viagem empreendedora que me permitiu explorar as minhas capacidades pessoais e profissionais, com o mote learning by doing sempre presente.

Em 2017, surgiu a oportunidade de continuar a escalada de desenvolvimento e candidatei-me ao cargo de Diretora do Departamento de Multimédia. Fazer parte do Conselho de Administração desta Júnior Empresa foi a experiência mais desafiante e enriquecedora que tive no meu percurso académico. Passadas muitas horas de sono perdidas, mas certamente com um balanço positivo a nível de conhecimento ganho, chegou a altura de desembarcar. Comigo permaneceram as valências e as amizades, bem como o orgulho de ter feito parte de uma Júnior Empresa que continua a desafiar o status quo enquanto conjuga, na perfeição, a ciência e a inovação.

A nível profissional, após uma passagem por Farmácia Comunitária, abracei um desafio em Marketing na Indústria Farmacêutica. Atualmente, trabalho em Medical Affairs, na área de Consumer Healthcare, da Sanofi Portugal.

O conselho que te deixo? Não tenhas medo de arriscar e de sair da tua zona de conforto. O que hoje te parece desconhecido poderá ser o teu porto de abrigo de amanhã. Arrisca, não fiques de braços cruzados e sê o profissional de saúde do futuro, empreendedor, criativo e multidisciplinar, já hoje!

Ambiente e sustentabilidade: o fim do ciclo de vida dos medicamentos

Embora se estime que o setor do medicamento represente menos de 0,5% dos Resíduos Sólidos Urbanos produzidos em Portugal, a criação em 1999 de um sistema de recolha de resíduos de medicamentos fora de uso ou do prazo de validade foi de uma grande importância.

De facto, a sua especificidade aconselhou e exigiu a existência de um processo seguro, pelo que o projeto se justificou em termos de saúde pública e ambiental. Graças a essa recolha seletiva, a VALORMED passou também a contribuir para o uso racional do medicamento, impedindo que os produtos que foram prescritos para um determinado tratamento possam ser utilizados posteriormente sem o necessário controlo.

A VALORMED é uma sociedade por quotas cujo objeto social corresponde e remete expressamente para a legislação em vigor, designadamente em matéria de gestão de resíduos de embalagens.

Tem como sócios fundadores as principais instituições representativas dos operadores económicos que constituem a “cadeia do medicamento”, com um capital social e uma estrutura “tripartida” que retrata os seus três subsetores principais: indústria, distribuição e dispensa.

Os setores da produção, importação e embalamento são representados pela APIFARMA que detém um terço do capital social da VALORMED.

O subsetor da distribuição grossista garante a “interface” logística entre a produção e a dispensa. É representado pela GROQUIFAR e ADIFA, que detêm uma participação global de um terço na sociedade.

O subsetor do retalho assegura a dispensa de medicamentos ao público, sendo representado pela ANF e, tal como os demais subsetores, detém um terço do capital social.

Após aquisição e utilização de um determinado medicamento, os cidadãos devem devolver a embalagem adquirida e todos os materiais que originalmente dela fizeram parte, mesmo contendo restos de medicamentos. Falamos, assim, das cartonagens, folhetos, blisters, colheres, tampas, copos, ampolas, frascos, aplicadores, etc., estando vedada (ainda que nem sempre seja respeitada) a deposição de materiais como agulhas ou seringas com agulhas incorporadas, material cirúrgico, material elétrico ou eletrónico, termómetros, radiografias, etc., pela perigosidade que alguns deles representam para os que participam no processo de manuseamento dos contentores e triagem dos resíduos recolhidos.

A adesão crescente dos cidadãos ao sistema, separando e entregando ano após ano quantidades cada vez maiores de resíduos, mostra a mais-valia ambiental e social da VALORMED, que contribui de forma ativa para a redução da quantidade de medicamentos guardados em casa nas “farmácias domésticas”. Consequentemente, o contributo traduz-se na diminuição do risco de acidentes e intoxicações por ingestão de medicamentos, automedicação indevida e melhoria da saúde pública.

O compromisso da VALORMED será sempre colaborar na educação dos atores sociais, dotando-os dos conceitos necessários para encontrarem soluções e enfrentarem o grande desafio da preservação do ambiente e do desenvolvimento sustentável.

Dr. Luís Miguel Figueiredo – Diretor Geral da VALORMED